O setor de citricultura brasileiro, responsável por 35% da produção mundial de laranjas e 75% do comércio internacional do suco, é uma peça-chave na economia nacional. Com um mercado que movimenta cerca de US$ 14 bilhões (R$ 76,3 bilhões) por ano, a importância econômica da citricultura é inegável.
Porém, à medida que o mundo se torna cada vez mais consciente das questões ambientais, o setor também precisa adotar práticas sustentáveis. E é aqui que entra a mais recente pesquisa da Embrapa, que trouxe uma nova perspectiva sobre como a citricultura pode contribuir para a luta contra as mudanças climáticas.
Precificação do carbono na citricultura
A Embrapa fez história ao calcular, pela primeira vez, o valor do carbono absorvido nos pomares de laranjas no Brasil. Segundo o estudo, o valor do carbono na citricultura foi estimado em US$ 7,72 por tonelada. Esse valor se alinha com a média global, que varia entre US$ 5 e US$ 15. O estudo focou em 297 municípios do cinturão citrícola, incluindo São Paulo e a região do Triângulo Mineiro, onde se concentra a maior parte da produção de laranjas.
A pesquisa revelou que o Brasil possui cerca de 36 milhões de toneladas de carbono estocadas em suas plantações cítricas. Esses números são impressionantes e mostram o potencial das laranjeiras como aliadas na captura de carbono.
Como foi realizado o estudo?
O estudo da Embrapa usou duas abordagens principais: o Custo Social do Carbono (CSC) e o Custo Marginal de Abatimento (MAC). O CSC avalia o valor monetário das consequências das emissões de gases de efeito estufa, enquanto o MAC considera o custo para reduzir essas emissões. Combinando essas metodologias e analisando dados como o PIB municipal e a área de vegetação nativa, a pesquisa conseguiu fornecer uma estimativa do valor do carbono na citricultura.
Os resultados mostraram que, quanto maior o PIB de um município, maior o valor do carbono, refletindo o impacto econômico das emissões de gases. Além disso, a participação da agricultura no PIB e a preservação de vegetação nativa também foram fatores importantes na determinação do valor do carbono.
Oportunidades futuras para a citricultura
O mercado de carbono no Brasil é atualmente voluntário e ainda está em desenvolvimento, mas já é uma área de grande interesse. Empresas de regeneração florestal, por exemplo, estão obtendo preços elevados por créditos de carbono, com contratos fechados com grandes multinacionais a preços que podem superar US$ 50 por tonelada de CO2 absorvida. Para o setor citrícola, a capacidade de monetizar o carbono estocado nas laranjeiras pode representar uma nova fonte de receita.
A pesquisa da Embrapa não só revela o valor do carbono na citricultura, mas também abre novas oportunidades para que o setor agrícola se alinhe com práticas de sustentabilidade. Para os produtores de laranjas, entender e aproveitar o valor do carbono estocado pode ser uma maneira eficaz de contribuir para a preservação ambiental e, ao mesmo tempo, beneficiar economicamente o setor.
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