Com a invasão da Ucrânia pela Rússia, que teve início em fevereiro de 2022, os mercados de frutas cítricas, milho, soja e grãos foram muito afetados.
Como reflexo imediato, as exportações de grãos e frutas ucranianas foram interrompidas.
Também houve diminuição nas exportações de petróleo russo, o que vem impactando cadeias de produção em todo o mundo.
Seria essa uma oportunidade para o mercado brasileiro? Confira!
Produção de laranja nos EUA
Conforme divulgação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção de laranjas pela Flórida será inferior ao registrado na temporada passada.
Caso essa previsão se concretize, a produção será aproximadamente 80% menor.
A diminuição se deve, principalmente, ao greening, doença que afeta frutas cítricas e assola o estado americano.
O Departamento americano também destaca que, com a pandemia, a demanda por suco de laranja aumentou. Assim, com uma menor oferta e maior demanda, os preços devem subir para o consumidor.
Parceria com o mercado europeu
Para fortalecer a imagem do suco de laranja brasileiro no mercado europeu, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBr) firmaram projeto setorial.
A parceria foi estabelecida na quarta-feira (30.03). O objetivo é trazer mais oportunidades para o Brasil no mercado europeu.
O investimento total ao projeto será de $1,56 milhão.
Exportação brasileira de frutas cítricas
Cerca de 95% do suco de laranja brasileiro é exportado. Do mesmo modo, a cada 10 copos de suco de laranja consumidos no mundo, 7 foram produzidos nos pomares brasileiros.
Nos oito primeiros meses da safra 2021/2022, os embarques brasileiros de suco de laranja somaram 658,4 mil toneladas (produto congelado). A exportação rendeu US$ 1,067 bilhão, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Em relação ao mesmo período da safra passada, o volume de laranja exportada diminuiu 1%. Contudo, a receita teve aumento de 9,2%.
O principal destino das laranjas exportadas é a União Europeia. Na sequência estão os Estados Unidos e a China.
Temperaturas altas em SP
Com a continuidade de altas temperaturas no estado de São Paulo, o mercado de todas as variedades de frutas cítricas está movimentado.
No caso da laranja, o preço elevado se mantém também porque, com o calor, mais pessoas consomem a fruta. Assim, oferta e demanda se ajustam de modo positivo para o setor.
Impacto da guerra
Análise da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em relação à guerra da Rússia afirma que governos deverão fornecer subsídios aos consumidores mais pobres. Dentre as principais razões estão os aumentos na energia, combustíveis e alimentos.
Para preservar o mercado interno de oscilações internacionais, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento reajustou os preços mínimos da laranja in natura, trigo em grãos e em sementes, dentre outras variedades.
Na mesma linha, o Senado brasileiro aprovou projeto que cria fundo para conter alta nos combustíveis. O projeto ainda passará pela Câmara, tendo fortes chances de aprovação.
Valorização da moeda brasileira
A valorização das commodities, também reflexo da guerra russo-ucraniana, está entre as principais razões para a queda do dólar e do euro.
Como o Brasil é grande produtor e exportador mundial, as perspectivas são boas para os próximos meses.
A tendência é de continuidade na alta de preços. Segundo especialistas, as razões são as secas ao redor do mundo, problemas na cadeia de suprimentos, escassez de mão de obra e aumento da demanda.