Mercado de citricultura cresce em meio a pandemia

Apesar da crise provocada pela Covid-19, o mercado de citricultura continua crescendo no Brasil.

De acordo com o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), houve um aumento de 35% das vendas nesta safra em comparação a anterior. Ainda segundo a organização a estimativa de que tenham sido produzidas 386,79 milhões de caixas, contra 285,98 milhões em 2018/2019. 

As exportações para a China e a Coreia do Sul puxaram o crescimento desse mercado. A demanda chinesa aumentou em 37% e a sul-coreana dobrou em relação ao ano passado, ou seja, as exportações dos produtos brasileiros para o país asiático aumentaram em 100% em relação à última safra.

Além do mercado asiático, também houve expansão nas exportações nos países que compõem a União Europeia. 

Um dos principais fatores que contribuíram para o aumento da demanda e, consequentemente, do consumo mundial dos produtos cítricos faz referência aos novos hábitos desenvolvidos na pandemia.

Isso porque, a laranja e outros produtos cítricos proporcionam diversos benefícios para o organismo. Dessa forma, o consumo dessa fruta está associado a uma alimentação balanceada. 

Os produtos cítricos se caracterizam por serem ricos em vitamina C. Nesse momento de pandemia, há a necessidade de se ter uma alimentação balanceada e rica em vitaminas, pois trata-se de um dos principais fatores que contribuem para o aumento da imunidade.  

Essa questão nutricional contribuiu para o aquecimento do mercado de citricultura e também o consequente aumento do volume de exportações desse produto em diversas regiões no mundo. 

A expansão do mercado de citricultura vem em contramão ao que vem acontecendo em diversos setores da economia pelo mundo. Diversas empresas têm fechado as portas e muitas pessoas têm perdido empregos devido à necessidade de se implementar as regras de isolamento social. Elas visam evitar ou diminuir a propagação da doença mundialmente. 

Vale ressaltar também que a pandemia provocada pelo Coronavírus tem mudado diversos hábitos das pessoas. Um deles é que, os indivíduos tendem a ficar mais tempo em casa. Dessa forma, estão com mais tempo para pensar em maneiras de se ter uma alimentação equilibrada e essa questão também favorece o crescimento do mercado de citricultura.

As pessoas estão com mais tempo disponível porque não precisam se deslocar até o trabalho e nem mesmo precisam se preocupar com o retorno para casa. Sobrasse mais tempo, portanto, para o preparo de diversas refeições durante o dia.

Agronegócio também deve crescer na pandemia

Além do mercado de citricultura, outro segmento econômico que tem apresentado crescimento neste ano é o do agronegócio. De acordo com o relatório Cogo – Inteligência em Agronegócio, as perspectivas para o Produto Interno Bruto (PIB) são de crescimento apesar da pandemia do Coronavírus.

Um fator relevante que contribui para o crescimento desse segmento está a alta do dólar. Atualmente, um dólar equivale a R$5,62. Dessa forma, as commodities brasileiras como o milho e a soja tornam-se mais competitivas e chegam mais baratas no exterior.

Ainda de acordo com a consultoria, a expansão também passa pela manutenção da indústria de fertilizantes defensivos agrícolas, pelas exportações de proteínas animais (aves, bovinos e suínos) e pelo setor de medicamentos veterinários.

Sobre os remédios destinados aos animais, há a tendência de alta nas aquisições para segurar a produção destinada a abastecer o mercado brasileiro.

A pecuária, por sua vez, deve continuar em crescimento apesar da tendência de queda do consumo local. O crescimento do setor tende a ser impulsionado pelas exportações de carne bovina e suína.

Segundo os dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), ligada ao Ministério da Economia, foram exportadas 152,47 mil toneladas em junho de 2020, o que representa um aumento de 33,1% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita totalizou US$ 655,47 milhões em junho, uma alta de 48,2% se comparado com o mesmo período em 2019.

As exportações de carne suína, por sua vez, chegaram a 87 mil toneladas em junho de 2020, um aumento de 53,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. As vendas externas desse produto geraram um faturamento de US$ 187,8 milhões no mês, o que representa uma expansão de 44,7% em relação à junho de 2019. 

Pandemia acelera adoção de tecnologias digitais no setor do agronegócio

A pandemia do Coronavírus tem acelerado a implementação de diversas tecnologias no segmento do agronegócio. A agricultura digital, portanto, é uma tendência crescente.

Um dos principais pilares dessa prática está a ideia de fazer a conexão de diferentes marcas com a intenção de fazer o tratamento de diversos tipos de dados (podem ser colhidos, por exemplo, por colheitadeiras, sensores, imagens de satélite etc). O objetivo dessa prática é apoiar a tomada de decisões assertivas aos produtores.

Dessa maneira, eles terão segurança para saber, por exemplo, sobre qual é o melhor momento para estocar um determinado produto, fazer o manejo, começar a irrigação, entre outros processos comuns no setor agropecuário. 

A pandemia funciona como um acelerador do futuro e essa realidade não é diferente em relação aos setores da agricultura e também da pecuária. Muitas tecnologias tiveram que ser implementadas pelos produtores em questão de meses, como os sistemas de planejamento e monitoramento da safra.

Vale ressaltar ainda que no agro, as novas tecnologias ajudam na aproximação das pessoas durante o período de confinamento social, facilita a chegada dos insumos até os produtores e também da produção ao consumidor. Diante dessas características, as ferramentas são essenciais para a cadeia econômica da agropecuária.

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