O greening, uma ameaça crescente para os produtores de laranja em São Paulo e Minas Gerais, tem se disseminado rapidamente, gerando preocupações significativas para os produtores do cinturão citrícola brasileiro.
Com implicações devastadoras para a citricultura, a rápida propagação da doença exige ação imediata dos produtores e da cooperação entre forças públicas e privadas.
Panorama do Aumento do Greening
Segundo a Fundecitrus, o greening atinge atualmente 38,06% das laranjeiras de São Paulo e Minas Gerais. Essa é uma proporção considerável do plantio, e por isso, representantes do setor foram recebidos pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, no dia 16/10.
Nessa reunião, feita entre representantes da Fundecitrus e do estado de São Paulo, foram debatidas estratégias de controle e de redução de danos causados por essa praga citrícola.
Abertura com o Secretário de Agricultura
Guilherme Piai, secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, destacou que devemos aprender com o histórico de outras regiões citrícolas, como a da Califórnia, cuja produção caiu de 240 para 20 milhões de caixas em um período de 20 anos.
Quando o greening ocorre na plantação, todas as árvores infectadas, incluindo frutíferas, são eliminadas para conter a praga, o que gera um aumento considerável na produção em anos futuros.
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Apresentação da Fundecitrus
A Fundecitrus, representante dos citricultores, apresentou um panorama regional e mundial da doença e quais são os principais desafios a serem enfrentados em curto, médio e longo prazo. E para resolver a crise, sugeriu como soluções:
- Programa de Estado de comunicação;
- Eliminação de plantas doentes em pomares abandonados e áreas não comerciais, além de auxílio aos pequenos produtores;
- Orientação e fiscalização no controle do psilídeo;
- Regionalização das estratégias de controle;
- Chamada especial da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
O gerente-geral do Fundecitrus, Juliano Ayres, ressaltou que o setor precisa do governo, “pois a citricultura pode se inviabilizar em São Paulo nos próximos anos”.
Cooperação e Formação do Comitê Estadual
Por meio de decreto, o governador anunciou a formação do Comitê Estadual para a contingência do greening, após as considerações do Centro de Citricultura “Sylvio Moreira”/Instituto Agronômico de Campinas (IAC), da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI).
O decreto é muito importante para a viabilização de medidas eficazes contra o greening, pois permite a ação da Secretaria de Agricultura e Abastecimento [SAA], Casa Civil, Secretaria da Fazenda e Planejamento, Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura e Logística. Com o aparato do governo estadual, a Cetesb ajudará na queima de árvores infectadas, fator crucial para frear o avanço do greening em São Paulo.
Expectativas dos Citricultores
A fala do governador Tarcísio foi muito positiva para os citricultores, que possuem expectativas positivas quanto a parceria do Fundecitrus com o estado de São Paulo.
O citricultor Eurides Fachini destacou que essa crise é a situação “mais difícil em seus mais de 50 anos de citricultura, mas o novo governo paulista foi muito ágil” em receber as demandas e entender a preocupação dos produtores.
Ameaça do Greening e Primeiros Passos do Comitê Estadual
“Estamos ameaçados. E o greening nos impacta cada vez mais velozmente. Por isso, o Comitê Estadual nos dá a possibilidade de agir com mais velocidade que a doença”, disse o diretor-geral da Cambuhy Agrícola, Alexandre Tachibana.
Os primeiros passos do comitê estadual, de acordo com o governador Tarcísio de Freitas, serão uma grande campanha de conscientização e orientação em relação ao greening, a fiscalização de pomares abandonados e o fortalecimento da pesquisa para o aprimoramento do controle do greening em curto, médio e longo prazo.
Perspectivas para o Futuro
A manutenção da saúde nas lavouras citrícolas é de suma importância para os produtores, para o poder público, e para a população. A eficaz e rápida eliminação de árvores hoje contaminadas com o greening, com a ajuda do poder público, é crucial para que o setor citrícola brasileiro continue produzindo safras saudáveis e com frutos de boas características, entregando para a população a melhor qualidade nutricional disponível.
E, para promover uma produção citrícola cada vez mais resiliente, é essencial a contínua implementação de tecnologias inovadoras, como a agricultura de precisão e a poda automatizada, que ajudam a prevenir, mapear e eliminar pragas, fungos e outras possíveis ameaças na lavoura.
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